HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

A língua portuguesa é originária do latim vulgar. É adotada por cerca de 230 milhões de pessoas, sendo o oitavo idioma mais falado no planeta. Está presente em quatro continentes.

Além do Brasil, o português também é o idioma de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e, claro, Portugal. É hoje a segunda língua de alguns países da África, da América, além de Macau e Goa.

Desde 1986, o português é uma das línguas oficiais da União Europeia. Em 1996, foi criada a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). O objetivo da entidade é aumentar a cooperação entre os países, criar parcerias e difundir o idioma.

Origem da Língua Portuguesa

A evolução da língua é dividida em cinco períodos:

  • Pré-românico: surgidas a partir do latim vulgar (sermo vulgaris). O latim vulgar foi o idioma levado pelos soldados para as áreas conquistadas no Império Romano porque era a língua oficial de Roma.
  • Românico: são as línguas que resultaram da diferenciação ou do latim levado pelos conquistadores romanos. Com as sucessivas transformações, o latim é substituído por dialetos. Desses, da transição iniciada no século V, surgem quatro séculos depois as demais línguas românicas: francês, espanhol, italiano, sardo, provençal, rético, franco-provençal, dálmata e romeno. O português surge no século XIII.
  • Galego-português: foi o idioma da Galiza, na atual Espanha, e das regiões portuguesas do Douro e Minho. Permanece até ao século XIV.
  • Português Arcaico: é o idioma falado entre o século XIII e a primeira metade do século XVI. É nesse período que começam os estudos gramaticais da língua portuguesa.
  • Português Moderno: é o idioma falado atualmente no Brasil e nos demais países lusófonos.

A unificação de Portugal, que ocorreu no século XIII, também é a marca para a definição de um idioma para o país. Com as fronteiras definidas, o galego passa a ser a língua oficial do país, com o idioma sendo definido como galego-português.

Também é no século XIII que são encontradas as primeiras publicações com verbetes semelhantes ao idioma atual.

História da Língua Portuguesa no Brasil

Foi o processo de expansão territorial português que levou a língua a quatro continentes. Onde chegou, o idioma sofreu as influências locais.

No Brasil, por exemplo, há palavras em português que são de origem indígena ou negra. O Brasil também apresenta imensa diversidade.

O termo usado para classificar os dialetos é a dialectologia. No Brasil, os estudiosos consideram seis grupos dialectológicos.

O grupo da região da Amazônia é denominado amazônico, e a do nordeste, nordestino. O restante do país é dividido em baiano, fluminense, mineiro e sulista. A região localizada no norte do Estado do Mato Grosso é classificada como incaracterística.

Em 12 de outubro de 1990, os países lusófonos assinaram o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O objetivo foi a unificação das regras gramaticais para os países que adotam o idioma.

RESUMO ACENTUAÇÃO

As regras de acentuação gráfica foram criadas para, por meio da escrita, orientar a pronúncia correta das palavras quanto à sílaba tônica. Os acentos gráficos são dois: agudo (´) e circunflexo (^). As regras, já atualizadas pela Reforma Ortográfica, aplicam-se às oxítonas, paroxítonas, proparoxítonas, ditongos abertos, hiatos e acentos diferenciais.

Regras gerais de acentuação gráfica

1. Monossílabos tônicos: são palavras formadas por uma única sílaba. São acentuados quando terminados em:

  • A (s): pá, lá, ás (baralho)

  • E (s): pé, fé, ré

  • O (s): pó, dó

2. Oxítonas: são as palavras cuja sílaba tônica é a última. Recebem acento quando terminadas em:

  • A (s): so-fá, Pa-rá, ma-ra-cu-jás, Pa-ra-ná.

  • E (s): vo-cê, ca-fé, be-bês.

  • O (s): a-vô, a-vós.

  • EM: al-guém, tam-bém, po-rém, nin-guém.

  • ENS: pa-ra-béns.

3. Paroxítonas: são as palavras cuja sílaba tônica é a penúltima. Recebem acento quando terminadas em:

  • L: ní-vel, rép-til, i-na-cre-di-tá-vel.

  • R: a-çú-car, re-vól-ver, ca-rá-ter.

  • N: hí-fen, ab-dô-men, pró-ton, nêu-tron, e-lé-tron.

  • X: clí-max, tó-rax.

  • I (s): lá-pis, tá-xi, vô-lei, pô-nei, jó-quei.

  • U (s): ô-nus, bô-nus.

  • UM/UNS: fó-rum, quó-rum.

  • Ã (s): ór-fã.

  • ÃO (s): só-tão, ór-gão, ór-fão.

  • ONS: pró-tons, e-lé-trons, nêu-trons.

  • PS: bí-ceps, trí-ceps, qua-drí-ceps, fór-ceps.

  • DITONGOS CRESCENTES: his-tó-ria, sé-rie, á-gua, é-gua, Má-rio, ró-seo.

Observação: Antes da Nova Ortografia, havia duas outras regras para acentuação de paroxítonas: quando elas possuíam EE e OO. Eram os casos de VOO, ENJOO, CREEM, LEEM e VEEM. Essas palavras possuíam acento circunflexo. Hoje, são grafadas sem acento.

4. Proparoxítonas: são as palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima. Todas são acentuadas. Exemplos: mé-di-co, ár-vo-re, mai-ús-cu-lo, ô-ni-bus, Pi-tá-go-ras.

Regras especiais de acentuação

5. Ditongos abertos: os ditongos abertos ÉU, ÉI e ÓI são acentuados para que não se confundam suas pronúncias com suas respectivas formas fechadas EU, EI e OI.

Veja:

  • Formas abertas: céu, réu, cha-péu, a-néis, fí-éis, pas-téis, dói, he-rói, des-trói.
  • Formas fechadas: seu, meu, co-meu, a-vei-a, ba-lei-a, fa-lei, boi, oi-to.

Observação: Com a Nova Ortografia, os ditongos abertos EI e OI perderam acento em palavras paroxítonas. Exemplos: i-dei-a, as-sem-blei-a, eu-ro-pei-a, ge-lei-a, ji-boi-a, joi-a, he-roi-co. Essas palavras tinham acento agudo (idéia, assembléia, européia, geléia, jibóia, jóia e heróico), mas o perderam em razão da Reforma Ortográfica.

6. Hiato: acentuam-se os hiatos com I ou U sozinhos na sílaba ou seguidos de S.

Veja:

Pa-ís, sa-ú-de, ba-ú, mi-ú-do, a-ça-í, Lu-ís, ra-í-zes, ju-í-zo.

 

Observações:

- Hiatos seguidos de NH não são acentuados. Veja:

Mo-i-nho, ra-i-nha.

- Com a Nova Ortografia, não se acentuam hiatos precedidos de ditongo em palavras paroxítonas. Veja:

fei-u-ra, boi-u-no, Bo-cai-u-va.

7. Acento diferencial: recebem acento diferencial algumas palavras homônimas perfeitas que, em determinados contextos, podem geram duplicidade de sentido ou confusão na interpretação.

Veja

Pôr (verbo) – Por (preposição)

(eles) Têm (plural) – (ele) Tem (singular)

(eles) Vêm (plural) – (ele) Tem (singular)

(o/um) Porquê (substantivo) – Porque (conjunção)

(eles) Contêm (plural) – (ele) Contém (singular)

(eles) Provêm (plural) – (ele) Provém (singular)

Observações:

→ As palavras para (verbo), pelo (substantivo) e polo (substantivo) tinham acento diferencial antes da Reforma Ortográfica (pára, pêlo e pólo). Esses acentos foram extintos.

→ O acento diferencial em fôrma (fechado) para diferenciar de forma (aberto) é facultativo.

→ A forma verbal pôde (passado) possui acento diferencial para distingui-la de pode (presente) mesmo não sendo palavras homônimas perfeitas.

RESUMO MORFOLOGIA

A morfologia é a área gramatical responsável pelo estudo da palavra. Os vocábulos possuem uma estrutura, um processo de formação e estão divididos em 10 classes gramaticais.

Diagrama com o conceito de morfologia.
 
A morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras.
 
Morfologia é como chamamos a parte da gramática que se dedica ao estudo da palavra. Assim, aponta a estrutura, a formação, as flexões e as classificações dos vocábulos de uma língua, que são separados em classes: substantivo, adjetivo, pronome, artigo, conjunção, interjeição, numeral, preposição, verbo e advérbio. 
 

Resumo sobre morfologia

  • A morfologia é a parte da gramática que estuda a estrutura e a formação das palavras.

  • Existem as seguintes classes de palavras:

  • substantivo;

  • adjetivo;

  • pronome;

  • artigo;

  • conjunção;

  • interjeição;

  • numeral;

  • preposição;

  • verbo;

  • advérbio.

O que a morfologia estuda?

A morfologia é a parte da gramática que estuda a palavra, analisando:

  • estrutura;

  • formação;

  • flexões;

  • classificações.

Estrutura e formação de palavras

Um vocábulo é formado pelas seguintes partes ou elementos mórficos:

Estrutura das palavras — elementos mórficos

radical

núcleo da palavra, no qual reside seu significado

vogal temática

é acrescida ao radical para formar o tema

tema

a palavra pronta para receber os afixos e as desinências

afixos

prefixo (colocado antes do radical) e

sufixo (colocado depois do radical)

vogal de ligação e consoante de ligação

elementos de ligação sem significado, mas que facilitam a pronúncia

desinência

indica número, gênero, pessoa, modo e tempo

A seguir, vamos exemplificar cada um desses elementos mórficos.

Exemplos

Comecemos com a palavra:

  • CARA

O radical dessa palavra é “car-”. Ao acrescentarmos a vogal temática “-a”, surge o tema, ou seja, a palavra “cara”. Esse termo, com outros acréscimos, gera a palavra:

  • DESCARADO

Os afixos dessa palavra são o prefixo “des-” e o sufixo “-ado”, que se juntam ao tema “-cara-”.

Agora, mudemos o radical para exemplificar a vogal e a consoante de ligação:

  • PEZINHO

O radical “pe-” é acrescido do sufixo “-inho”, mas, para facilitar a pronúncia, a consoante de ligação “-z-” é utilizada.

  • INSETICIDA

O radical “inset-” recebe o sufixo “-cida”, enquanto o “-i-” é uma vogal de ligação.

Por fim, para exemplificar a desinência de um nome, tomemos as palavras:

  • BONITO, BONITA, BONITOS, BONITAS

Nesse caso, o radical é “bonit-”. Já as desinências “-o” (masculino) e “-a” (feminino) indicam gêneros; e o “-s”, o número, ou seja, o plural.

Já a pessoa, o modo e o tempo são indicados pela desinência verbal:

  • PENSÁSSEMOS

Aqui temos o radical “pens-”, a vogal temática “-a-”, a desinência de modo subjuntivo e o tempo passado “-sse-”, além da desinência de pessoa e número “-mos”.

Processos de formação de palavras

Depois de apontar esses aspectos estruturais, podemos falar dos dois principais processos de formação de palavras:

  • derivação;

  • composição.

No processo de derivação, palavras já existentes recebem afixos, sofrem redução ou mesmo assumem características de outra classe gramatical:

  • Derivação prefixal (palavra primitiva recebe prefixo):

Exemplos: descrença, injusto, reconhecer etc.

  • Derivação sufixal (palavra primitiva recebe sufixo):

Exemplos: vigoroso, calmamente, vidrinho (vidro + inho) etc.

  • Derivação parassintética (prefixal e sufixal ao mesmo tempo):

Exemplos: esfriar (es + frio + ar), amanhecer (a + manhã + ecer) etc.

  • Derivação regressiva (redução da palavra primitiva):

Exemplos: choro (vem de “chorar”), combate (vem de “combater”) etc.

  • Derivação imprópria (mudança de classe gramatical):

    Exemplos: um porém (substantivo derivado da conjunção “porém”), o saber (substantivo derivado do verbo “saber”) etc.

Vamos ver agora os processos de composição, em que ocorre a união de dois ou mais radicais:

  • Justaposição (os termos não sofrem alteração):

    Exemplos: terça-feira, cor-de-rosa, mandachuva etc.

  • Aglutinação (algum dos vocábulos sofre alteração):

    Exemplos: planalto (plano + alto), pernilongo (perna + longo) etc.

Além do processo de derivação e composição, as palavras também podem se formar por meio de:

  • Abreviação vocabular (redução de palavra para agilizar a comunicação):

    Exemplos: moto (de “motocicleta”), pneu (de “pneumático”), foto (de “fotografia”) etc.

  • Onomatopeia (figura de linguagem caracterizada pela imitação de um som):

    Exemplos: tique-taque, miar, cocoricó etc.

Classes de palavras

CLASSES DE PALAVRAS

1. Substantivo

6. Advérbio

2. Artigo

7. Conjunção

3. Adjetivo

8. Interjeição

4. Pronome

9. Numeral

5. Verbo

10. Preposição

Substantivo

Nomeia os seres e pode ser:

  • comum: prédio, igualdade, duende etc.;

  • próprio: Isaura, Inglaterra etc.;

  • concreto: cadeira, lápis, fantasma etc.;

  • abstrato: ambição, moral etc.;

  • simples: porta, automóvel etc.;

  • composto: beija-flor, ex-diretor etc.;

  • primitivo: livro, peixe etc.;

  • derivado: livraria, peixeiro etc.

Artigo

Acompanha o substantivo, de forma a indicar seu gênero e número, e pode ser:

  • definido: o, os, a, as;

  • indefinido: um, uns, uma, umas.

Adjetivo

Qualifica ou caracteriza o substantivo e pode ser:

  • simples: lindo, maléfico, sueca etc.;

  • composto: estado-unidense, cor-de-rosa etc.;

  • primitivo: belo, livre etc.;

  • derivado: francês, iniciante etc.

Pronome

Substitui ou acompanha o substantivo e pode ser:

  • pessoal do caso reto: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas;

  • pessoal do caso oblíquo: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes, mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco;

  • possessivo: meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu, sua, seus, suas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas;

  • demonstrativo: este, esta, estes, estas, esse, essa, esses, essas, aquele, aqueles, aquela, aquelas, isto, isso, aquilo;

  • relativo: quem, que, onde, o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quantos, quanta, quantas;

  • indefinido: algum, nenhum, todo, outro, certo, qualquer, alguém, ninguém, tudo, nada, cada, algo etc.;

  • interrogativo: que, quem, qual, quanto etc.;

  • de tratamento: senhor, você, vossa alteza, vossa excelência etc.

Verbo

Aponta uma ação, um estado ou um fenômeno natural: correr, amar, supor, constituir, ser, estar, permanecer, nevar, chover etc.

Advérbio

Indica uma circunstância e pode ser:

  • de lugar: aqui, lá, longe etc.;

  • de tempo: anteontem, cedo etc.;

  • de modo: alegremente, sabiamente etc.;

  • de negação: não, nem etc.;

  • de dúvida: talvez, possivelmente etc.;

  • de intensidade: pouco, bastante etc.;

  • de afirmação: sim, certamente etc.

Conjunção

Tem a função de ligar termos ou orações e pode ser:

  • conclusiva: portanto, logo, pois etc.;

  • aditiva: e, nem etc.;

  • adversativa: mas, contudo etc.;

  • alternativa: ou, ora... ora, já... já etc.;

  • explicativa: porque, porquanto etc.;

  • causal: porque, que etc.;

  • comparativa: como, qual etc.;

  • concessiva: embora, conquanto etc.;

  • condicional: se, caso etc.;

  • conformativa: conforme, segundo etc.;

  • consecutiva: de sorte que, de modo que etc.;

  • final: para que, a fim de que etc.;

  • proporcional: à medida que, ao passo que etc.;

  • temporal: enquanto, assim que etc.;

  • integrante: que, se.

Interjeição

De caráter invariável, expressa emoções e sentimentos:

  • Oh!

  • Ah!

  • Atenção!

  • Fora!

  • Oba!

  • Vamos!

  • Bravo!

  • Oi!

  • Tomara!

  • Ai!

  • Psiu!

Numeral

Expressa um número e pode ser:

  • cardinal: um, dois, três...

  • ordinal: primeiro, segundo, terceiro...

  • fracionário: meio, terço...

  • multiplicativo: dobro, triplo...

Preposição

Estabelece uma relação entre as palavras de uma oração e pode ser:

  • essencial: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás;

  • acidental: conforme, consoante, segundo, durante, exceto, senão, como etc.